Redução da rede 2G em Santa Catarina impacta monitoramento meteorológico, mas testes com satélites apontam alternativas promissoras

A redução progressiva da rede 2G em Santa Catarina, impulsionada pela realocação de frequências para as redes 4G e 5G, está começando a causar problemas em setores que ainda dependem dessa tecnologia, como o monitoramento ambiental. As estações meteorológicas da rede estadual, muitas vezes situadas em áreas rurais e remotas, utilizam a rede 2G para transmitir dados em tempo real, desempenhando um papel essencial no monitoramento de fenômenos meteorológicos, agrometeorológicos e maregráficos.

Com a desativação da rede 2G em algumas regiões, a perda de conectividade está resultando em falhas na coleta e transmissão de dados. Isso pode comprometer a precisão das previsões meteorológicas, a qualidade das séries temporais e o acompanhamento em tempo real de eventos extremos, como chuvas intensas, enchentes e a sobre elevação do nível do mar. A interrupção nesses sistemas representa um risco para a segurança da população e perda importante no acompanhamento do tempo e clima.

Ciente de que a desativação da 2G é inevitável, a Epagri/Ciram vem buscando alternativas para modernizar esses sistemas e migrá-los para tecnologias mais recentes. Nos últimos meses, a equipe da instituição realizou uma série de testes bem-sucedidos utilizando a transmissão de dados via satélites de baixa órbita.


Conduzidos pelos técnicos Rafael Censi Borges e Eduardo Nathan Antunes sob a supervisão do pesquisador Luis H.P. Garbossa, os testes foram realizados simulando uma das estações de monitoramento meteorológico da Epagri/Ciram. O objetivo foi avaliar a eficiência, estabilidade e confiabilidade da conexão por satélite em diferentes condições climáticas.

Os resultados foram positivos, com o sistema de transmissão via satélite demonstrando excelente performance, mantendo uma conexão estável e sem interrupções significativas. A tecnologia representa uma alternativa importante para garantir a continuidade do monitoramento climático, especialmente em áreas com infraestrutura de telecomunicações limitada ou onde a rede 2G já não está disponível.

A Epagri/Ciram continuará acompanhando o desempenho dessa e de outras tecnologias, buscando aprimorar suas capacidades de coleta e transmissão de dados meteorológicos. A meta é garantir precisão e eficiência no monitoramento climático, mesmo diante do desafio da desativação das redes 2G.
Essa solução inovadora poderá assegurar que a população de Santa Catarina continue a receber informações ambientais confiáveis para os mais diversos usos.

Contato:

Luis Hamilton P. Garbossa: 3665-5006