EPAGRI e UFSC aprimoram tecnologia para estudar resíduos de ostras e mexilhões

Um projeto de pesquisa da EPAGRI acaba de dar mais um passo importante: a conclusão da construção e dos testes de um sistema para coleta e quantificação de fezes e pseudofezes de moluscos bivalves, como ostras e mexilhões. Esse modelo de utilidade vai agilizar a etapa do estudo para melhor entender o impacto ambiental da criação desses animais no mar.

A proposta faz parte do projeto “Análise da operação unitária de sedimentação das fezes e pseudofezes de moluscos bivalves”, financiado pela FAPESC. O sistema foi inspirado em estudos anteriores e adaptado para a realidade brasileira com base em pesquisas recentes.

O protótipo desenvolvido permite acompanhar de forma precisa a quantidade de água que entra em cada um dos 12 compartimentos onde os moluscos ficam. Isso é essencial porque, como esses animais se alimentam filtrando a água, a quantidade e qualidade desse alimento influencia diretamente na produção de fezes e pseudofezes — que, por sua vez, podem se acumular no fundo do mar e causar impactos ambientais.

O destaque é a tecnologia embarcada no sistema: sensores de vazão conectados a um módulo de transmissão de dados enviam as informações em tempo real para os servidores da EPAGRI, usando o protocolo MQTT, o mesmo utilizado em sistemas modernos de internet das coisas (IoT). Os dados ficam disponíveis em um aplicativo que permite acompanhar o volume acumulado de água filtrada por cada compartimento.

Com essa nova ferramenta, os pesquisadores poderão avançar em estudos sobre a dispersão dos resíduos no ambiente marinho e apoiar decisões sobre o melhor uso das áreas de cultivo.

O projeto é apoiado pela FAPESC (2023TR1488) e se alinha aos objetivos da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, fortalecendo o compromisso da EPAGRI com a sustentabilidade da maricultura em Santa Catarina.

Contato:

Luis Hamilton P. Garbossa: 3665-5138