Um trabalho de conclusão de curso (TCC) em Biologia na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC realizado pela aluna Melina da Silva sob orientação do pesquisador Dr. Kleber Trabaquini da Epagri/Ciram e a Dra. Mariana Coutinho Hennemann da Floram, trazem à tona resultados sob a ocorrência de fogo em unidades de conservação de Santa Catarina.
O estudo foi executado com base nos dados do projeto MapBiomas Fogo, onde através de imagens do satélite MODIS (MCD64A1) é detectado o foco de calor e posteriormente mapeado a cicatriz da queimada com imagens Landsat-8 e Sentinel-2, como apresentado na figura abaixo.
Imagens do satélite Sentinel-2 mostram o antes, durante, e após a queimada no Parque Nacional de São Joaquim em 2020. A última imagem (polígonos em vermelho) apresenta a cicatriz da queimada mapeada, focando no dado do MapBiomas Fogo.
O estudo foi realizado nas 168 unidades de conservação de Santa Catarina, que totalizam uma área de 5.814 km² no estado. Os dados foram analisados no período de 2000 a 2022 e apresentou uma área queimada de 17.720 ha. Neste período, a formação campestre foi a mais afetada pela queimada, ficando em segundo lugar a classe pastagem. Segundo o estudo a utilização de técnicas inadequadas de queima para preparo da terra e renovação de pastagens, configura entre as principais causas de incêndios em Santa Catarina.
O Parque Nacional de São Joaquim foi a unidade de conservação mais afetada nas últimas décadas, somando 8.312 ha de área queimada no período de estudo, ou seja, 47% da área queimada entre todas as unidades de conservação.
A Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, apesar de possuir apenas 22% de sua área no continente, apresentou 30% da área queimada ficando em 2º lugar, porém em 1º no quesito frequência de queimadas, ou seja, o mesmo local foi queimado mais de uma vez, dentro do período de estudo.
A figura abaixo apresenta uma região dentro da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, onde é possível observar locais que foram queimados até 17 vezes, em 23 anos.
A estudante e futura Bióloga, Melina da Silva comenta que os resultados apresentados em seu trabalho possam vir a servir como base para a criação de medidas integradas de monitoramento e manejo do fogo, políticas públicas eficientes, visando minimizar os impactos ambientais e preservar a biodiversidade do estado. Estas ações são fundamentais para garantir que as unidades cumpram o seu papel na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável da região.
Contato:
Dr. Kleber Trabaquini
E-mail: klebertrabaquini@epagri.sc.gov.br
Telefone: (48) 3665-5121