Persiste a condição de fumaça em SC: até quando?

A fumaça, oriunda de queimadas no norte do Brasil e também nos estados do Centro-Oeste e Sudeste do país, pode ser vista em toda a sua extensão na imagem de satélite da Figura 1, incluindo o estado de Santa Catarina. A circulação de ventos de direção norte contribui para o transporte da fumaça em direção ao Sul do Brasil, atingindo inclusive países vizinhos, como Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina. Além do vento, a presença de uma massa de ar quente e seco em grande parte do Brasil, favorecendo as altas temperaturas e a umidade do ar muito baixa, torna-se mais um agravante para a maior concentração desta fumaça na atmosfera.

Uma mudança no padrão de ventos ou a chegada de chuvas mais intensas são condições necessárias para inibir o transporte de fumaça para Santa Catarina, o que pode ocorrer na próxima sexta-feira, dia 13/09, com a passagem de uma nova frente fria (veja a Previsão). 

Se a densa camada de fumaça nos traz um nascer e pôr do sol em tons laranja/vermelho, como muitos devem ter presenciado no final de semana, também afeta perigosamente a qualidade do ar, que algumas vezes já é considerada crítica em regiões como as carboníferas. A fumaça pode causar desde um desconforto, como ardência nos olhos e garganta seca, como agravar problemas respiratórios, principalmente em pessoas vulneráveis a esta condição. 

No Litoral de Santa Catarina, além da fumaça, a redução na visibilidade ainda ocorre por conta dos nevoeiros marítimos (Figura 2), fenômeno também associado à atuação da massa de ar mais quente (aqui sobre nevoeiro marítimo).

Marcelo Martins e Laura Rodrigues – Meteorologistas

Figura 1 – Imagem de satélite com a composição de diversos canais (vapor d’água, visível e infravermelho), indicando a presença de fumaça em parte da América do Sul (Fonte: ventusky.com).

Figura 2 – Imagem de satélite com a composição de diversos canais (vapor d’água, visível e infravermelho), indicando a presença de nevoeiros na costa de SC (Fonte: ventusky.com).