Modelo biometeorológico para a estimativa da distribuição temporal e espacial de gerações do Aedes aegypti em Santa Catarina, Brasil

Os pesquisadores da Epagri/Ciram desenvolveram metodologia baseado em um modelo biometeorológico para a estimativa da distribuição temporal e espacial da duração e número de gerações do mosquito Aedes aegypti (L.) (Diptera: Culicidae) para Santa Catarina.

A proliferação do mosquito Aedes aegypti (L.) (Diptera: Culicidae) tem sido estudada mundialmente por diversas instituições e autores. Sua importância reside no fato deste mosquito ser transmissor de várias doenças, como a dengue, chikungunya, zika e a febre amarela urbana, doenças estas chamadas de arboviroses. Estas doenças causam perdas humanas, grandes prejuízos ao erário público e à população em geral. Conforme painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde do Governo Federal (2024), Santa Catarina teve no ano de 2023 em torno de 114.270 registros de casos da Dengue.

O modelo biometeorológico tem como base em dados de temperatura coletados em estações meteorológicas. O estudo foi baseado nas constantes térmicas da espécie e na série histórica de temperaturas horárias das estações meteorológicas automáticas da Epagri em Santa Catarina, entre 2001 a 2023 (22 anos) para Florianópolis e de 37 estações meteorológicas automáticas para o ano de 2022-2023. A estimativa da duração e número de gerações foi efetuada com uma equação quadrática relacionando o desenvolvimento do A. aegypti com as temperaturas médias horárias. Os cálculos possibilitaram determinar a duração em dias do ciclo ovo a fase adulta, sua distribuição mensal, número anual e a média histórica mensal de gerações. As condições de temperatura em Santa Catarina permitem a A. aegypti desenvolver, em média, 19 gerações anuais, com uma a 2,5 gerações ao mês. A duração estimada do ciclo de vida variou de 10 a 30 dias de acordo com os meses do ano. O modelo possibilita calcular e disponibilizar a dinâmica temporal e espacial do número de gerações do mosquito, com base nas temperaturas horárias do ar provenientes de redes de estações meteorológicas.

A atual metodologia publicada na Revista Agropecuária Catarinense, RAC permite estudos para diversas espécies de insetos de interesse agrícola e faz parte de projeto de pesquisa denominado “Miríades”. https://publicacoes.epagri.sc.gov.br/rac/article/view/1812/1844

Contato:
Hamilton Justino Vieira
E-mail: vieira@epagri.sc.gov.br