Pressão de 990 hPa em Florianópolis

Na quarta-feira (10) a pressão atmosférica chegou a 990,71 hPa em Florianópolis (Figura 1), no período da tarde, associada a um ciclone extratropical intenso para época do ano, próximo à costa do RS, valor mais baixo registrado na região de Florianópolis. Normalmente as menores pressões são registradas nos meses de novembro e dezembro na região. Desde, o ano de 1976, não se registrava valores de pressão tão baixos assim em dezembro, a menor foi de 992,27 hPa na estação meteorológica de São José. Na Tabela 1 observa-se outros registros de pressão baixa ocorridos em SC, entre os dias 09 e 10/12/2025, associados a formação e atuação do ciclone. O valor mais baixo de 989,1 hPa foi registrado em Urussanga no dia 10/12.

Os ciclones extratropicais registrados no verão podem apresentar pressões mais baixas devido à menor densidade do ar aquecido e úmido, que favorece maior ascensão vertical e intensificação da baixa pressão, apesar de serem menos frequentes nesta época do ano, do que no inverno. Quando isso ocorre em ambiente quente e úmido, a pressão mínima pode ser tão baixa quanto – ou até menor que – em alguns sistemas de inverno.

Por que a pressão pode ficar mais baixa no verão?

  1. Ar mais quente = ar menos denso
    No verão a atmosfera é mais quente e leve, com menor pressão no centro do ciclone. O ar quente sobe, reforçando a baixa pressão.
  2. Maior disponibilidade de umidade
    O ar úmido é menos denso que o ar seco. Como estamos quase no verão tem mais vapor d’água e  baixa pressão se intensifica com maior umidade.
  3. Maiores contrastes entre oceano e continente
    A terra aquece mais rápido que o mar, intensificando gradientes térmicos que podem favorecer o desenvolvimento e queda de pressão em sistemas ciclônicos.

Figura 1 – Variação da pressão ao nível do mar na estação de Florianópolis, dia 11/12/25.

Tabela 1 – Valores de pressão atmosférica em SC, dias 09 e 10/12/2025.

Veja outros registros da rede de dados da Epagri/Ciram em:https://ciram.epagri.sc.gov.br/agroconnect

Gilsânia Cruz e Marcelo Martins – Meteorologistas da Epagri/Ciram