Primavera 2025 mais fria em SC. Verão 2025/2026 típico: chuva e temperaturas próximas da média

A primavera de 2025 foi marcada por chuva próxima à média climatológica em grande parte de Santa Catarina, com totais mais elevados no Oeste e no Litoral (Figura 1), sendo o dezembro o mês com menos chuva até o momento. A precipitação ocorreu de forma bem distribuída ao longo da estação, embora os volumes médios não tenham sido elevados. Os temporais e tempestades típicos da época do ano foram frequentes, com registro de granizo em diversos dias de novembro, totalizando 88 ocorrências no Estado.

Destaques da estação

Foram observadas tempestades severas:

Tornado em 04/11, no interior de Itaiópolis (Planalto Norte);

3 Tornados em 07/11, em Dionísio Cerqueira, Xanxerê e Faxinal dos Guedes (Oeste);

Microexplosão em 22/11, em São João Batista (Grande Florianópolis);

Acúmulo significativo de granizo em 22/11 em Rio das Antas (Meio-Oeste)e Major Gercino (Grande Florianópolis).

Também se destacaram os ciclones extratropicais frequentes e intensos no litoral Sul do Brasil. O evento mais significativo ocorreu em 07/11, com ventos intensos entre 64 e 86 km/h em SCe chuva volumosa, com totais superiores a 100 mm no Litoral Sul.

Um episódio tardio de ciclone extratropical foi registrado em dezembro (entre 08 e 09/12), apresentando intensidade atípicae formação sobre o continente, entre a Argentina e o Rio Grande do Sul. A banda frontal, associada ao ciclone, atuou de forma mais intensa no leste de Santa Catarina, combinada com o vento leste/nordeste e a orografia da região, provocou chuva intensa e volumes elevados na Grande Florianópolis. Em Santo Amaro da Imperatriz foram registrados 160 mm em aproximadamente 6 horas, valor equivalente à média climatológica de todo o mês de dezembro, causando alagamentos e enxurradas significativas.

Em relação à temperatura, a primavera foi mais fria que o normal, com anomalias negativas variando entre 0,5°C e 1,5°C em Santa Catarina. Houve vários registros de geada nas áreas mais elevadas do Planalto Sul em novembro, além de dois episódios em dezembro. As temperaturas abaixo da média geraram reclamações da população, já que o calor típico do fim da primavera demorou a se estabelecer, ocorrendo de forma mais expressiva apenas em dezembro.

A combinação de totais de chuva menos elevados em boa parte do Estado e temperaturas mais baixas pode estar associada à condição de La Niña, caracterizada por águas anomalamente mais frias no Pacífico Equatorial, que se estabeleceu ao longo da estação.


Previsão para o verão:

Chuva próxima à média climatológica,em SC.Em janeiro a chuva deve ocorrer com maior frequência e regularidade com valores próximos e acima da média na Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Planalto Norte e Litoral Norte, e de forma mais irregular e totais abaixo da média climatológica no oeste e sul do Estado.

Temperatura próxima à acima da média climatológica em SC, especialmente no oeste do Estado. Massas de ar quente devem atuar com maior frequência e duração, com dias consecutivos de temperatura alta, inclusive no período noturno. Ondas de calor, com cinco ou mais dias consecutivos de temperatura máxima acima de 30°C, são esperadas no verão.

Nos meses de verão, a previsão é de La Niña de intensidade fraca e de curta duração, voltando a neutralidade a partir de março e abril. Os meteorologistas de SC seguem acompanhando a evolução do fenômeno, bem como os potenciais efeitos no Estado relacionados à redução da precipitação.

Mais detalhes no boletim de previsão climática (link).

Gilsânia Cruz e Marilene de Lima – Meteorologistas Epagri/Ciram

Figura 1– Mapas de precipitação total mensal e a porcentagem em relação à média mensal em SC nos meses de outubro (a), novembro (b) e dezembro até a manha de 19 (c), nas estações meteorológicas da Rede de Monitoramento de Dados da Epagri/Ciram. Elaborado por Maikon Passos.