Epagri/Ciram avança no mapeamento agrícola por meio de geotecnologias em Santa Catarina

Nos últimos anos, a Epagri/Ciram tem se consolidado como referência em mapeamentos de uso da terra no estado de Santa Catarina por meio de geotecnologias, principalmente com uso de sensoriamento remoto, contribuindo de forma estratégica para o planejamento e o monitoramento da agricultura catarinense. Utilizando imagens de satélite de alta resolução, ou seja, imagens de melhor qualidade, ferramentas de geoprocessamento e sensoriamento remoto, a instituição tem desenvolvido produtos que apoiam tanto a formulação de políticas públicas quanto a atuação direta dos agricultores. O Ciram (Centro de Informações e Recursos Ambientais) tem sido a unidade de destaque onde há mais de 20 anos, projetos são realizados nas diferentes cadeias produtivas, passando pela fruticultura, grãos, pecuária, etc. A Figura abaixo demonstra os mapeamentos realizados até o momento, com as culturas já mapeadas da maçã, banana, arroz e uvas viníferas.

Mapa das culturas agrícolas mapeadas pela Epagri/Ciram.

Com um corpo de pesquisadores e assistentes de pesquisa especializados em áreas como geografia, agronomia, biologia, cartografia e computação, inclusive mestres e doutores em sensoriamento remoto, este centro vem realizando inúmeras pesquisas e levantamento de dados espaciais, onde a ferramenta de geoprocessamento aliado às técnicas de sensoriamento remoto e imagens de satélite, produzem mapas e outros produtos de alta significância auxiliando nas cadeias produtivas do estado.

O uso do sensoriamento remoto por satélites para gerar estatísticas agrícolas tem crescido nos últimos anos, proporcionando levantamentos com maior acurácia. Essa tecnologia qualifica o processo de quantificação, monitoramento e planejamento da produção de alimentos em Santa Catarina. Para o geógrafo e mestre Valci Vieira, da Epagri/Ciram, os mapas gerados são ferramentas fundamentais para acompanhar, com rapidez e precisão, as transformações no uso do solo, favorecendo principalmente as estimativas de área plantada de uma determinada cultura, análise de mudanças de uso do solo, entre outras aplicações como o apoio em estudos de Indicação Geográfica (IG), onde o uso do solo é primordial, como já demonstrado em projetos de IG como o Queijo Serrano, Mel de Melato da Bracatinga e Maçã Fuji, onde foram empregados dados orbitais a fim de realizar o mapeamento de diferentes alvos, cada um com sua especificidade.

As geotecnologias oferecem vantagens significativas sobre os métodos tradicionais de levantamento de áreas. Ao contrário das metodologias convencionais, que dependem de censos agrícolas, visitas de campo, frequentemente limitados por variabilidade espacial, práticas de manejo e custos elevados, o sensoriamento remoto fornece dados mais amplos, precisos e com maior frequência temporal. Ele permite capturar imagens atualizadas e sinóticas, essenciais para estimativas rápidas e confiáveis durante e após o período de cultivo, sendo especialmente valioso em contextos de segurança alimentar e planejamento agrícola.

Imagem do satélite Sentinel-2 sobre os campos de arroz em Araranguá.

Atualmente a Epagri/Ciram vem utilizando imagens de satélite não apenas para avaliar a área cultivada, mas também mensurar práticas como o plantio direto e intensidade de uso do solo. O projeto mais recente trata-se do mapeamento das pastagens nativas e cultivadas, e mensura através de dados espectrais (imagens) a biomassa equivalente nesta vegetação.

Campo nativo (tom amarelado) e pastagem cultivada (tonalidade verde clara) vista do satélite Sentinel-2.

“Com o sensoriamento remoto, conseguimos produzir dados em escala regional e nacional com uma frequência que seria impraticável por métodos tradicionais, e, além disso, os mapeamentos vêm sendo fundamentais para compreender a expansão e redução de determinadas culturas agrícolas ao longo dos anos, além de fornecer subsídios para decisões mais assertivas no campo e nas instituições públicas”, explica Kleber Trabaquini, pesquisador em sensoriamento remoto na Epagri/Ciram.

Na Epagri/Ciram, os resultados desses mapeamentos estão disponíveis em relatórios técnicos, painéis interativos e plataformas online, democratizando o acesso à informação e promovendo a transparência dos dados gerados com recursos públicos. No Geoportal (https://portal-arcgis.epagri.sc.gov.br/arcgis/home/) você pode conferir os mapeamentos realizados pela equipe da Epagri/Ciram. Outra plataforma onde os mapeamentos podem ser visualizados é o Agroconnect, que pode ser acessado pelo site https://ciram.epagri.sc.gov.br/agroconnect/.

Contato:

Dr. Kleber Trabaquini e Valci Vieira

E-mail: klebertrabaquini@epagri.sc.gov.br