Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina e EPAGRI/CIRAM – Elaborado em 19/02/2023
Tempestade Tropical “Akará” não deve virar furacão, se afasta para sul em alto mar e não traz riscos significativos
Na sexta-feira (16), a Marinha do Brasil identificou a formação de uma depressão subtropical na costa do estado do Rio de Janeiro. Nesta segunda (19), o sistema foi classificado como Tempestade Tropical “Akará”, após se intensificar e ganhar características tropicais.O sistema se encontra em alto mar, entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, conforme mostra a figura 1, e não deve se aproximar da costa. Nos próximos dias, conforme se desloca para sul, Akará perde força gradualmente devido a temperatura da água, que se encontra mais baixa em relação à costa do Sudeste, onde o sistema se originou.
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Figura 1: Tempestade Tropical localizada entre a costa do litoral de Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, às 10:30 (hora local) do dia 19/02. Fonte: CPTEC//INPE. Adaptado por: SDC/SC.
Trajetória e possíveis impactos no oceano
A atualização das previsões seguem indicando que este ciclone se desloca em direção ao sul, com seu centro posicionado distante, em alto mar. Além disso, o impacto mais significativo é esperado também em alto mar, onde há expectativa de ondas entre 3,0 m e 4,0 m de altura, aumentando o risco para navegação e pesca. Nas proximidades do litoral catarinense não há influência do ciclone e a ondulação permanece com direção sudeste e variando entre 1,5 e 2,0 m. Nestas mesmas regiões os ventos sopram com intensidade moderada, com valores médios entre 20 km/h e 30 km/h, e rajadas de até 50 km/h, não havendo riscos para ocorrências
É importante ressaltar que o sistema está sendo monitorado, e as previsões podem sofrer alterações, portanto, é de extrema importância o acompanhamento diário das atualizações das previsões, notas, Avisos e Alertas emitidos pela SDC, EPAGRI e pelos órgãos oficiais de Meteorologia e Oceanografia, como o Instituto Nacional de Meteorologia e a Marinha do Brasil.
O que caracteriza um Ciclone Tropical
Os Ciclones Extratropicais são os mais comuns no sul do Brasil, sendo observados ao longo de todo o ano, mas principalmente durante o inverno. Associado a eles temos a presença de frentes frias e quentes, sistemas meteorológicos que têm papel importante na distribuição de chuvas e nas características do clima.
Por outro lado, a formação de Ciclones Subtropicais e Tropicais é atípica na região, pois são formados a partir de outros mecanismos, necessitando de temperaturas da superfície do mar mais elevadas, por conta disso, são observados majoritariamente nos meses mais quentes do ano.
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Figura 2. Formação de Ciclones Extratropicais, Subtropicais e Tropicais. Fonte: Climatempo.
Outra diferença essencial é sua estrutura, os Ciclones Extratropicais são assimétricos verticalmente, enquanto os Subtropicais e Tropicais são simétricos. Em uma simplificação, pode-se dizer que os Ciclones Extratropicais são inclinados, e os Subtropicais e Tropicais são alinhados verticalmente. Essa característica fica nítida nas imagens de satélite, em especial nos ciclones tropicais, sendo possível observar um “olho” no núcleo do sistema.
Elaboração da nota
A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina e a Epagri/Ciram colaboram na elaboração desta Nota Meteorológica.
Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina – CIGERD (Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres)
EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina