A NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) atualizou relatório sobre a configuração do ENOS (El Niño-Oscilação Sul), para o trimestre maio-junho-julho de 2023. A chance de formação do fenômeno, que era de 62%, no boletim anterior, subiu para 90% no atual (Figura 1, ver link). Há o indicativo de que, nos próximos 2 meses, a condição de neutralidade do fenômeno migre para a condição de El Niño.
Figura 1 – Probabilidade de formação de El Niño nos próximos meses entre maio-junho-julho de 2023 e dezembro-janeiro-fevereiro de 2024 (link).
A Figura 2 apresenta as anomalias de TSM (Temperatura da Superfície do Mar) no Pacífico Equatorial, região de monitoramento do ENOS. Na área do Niño 3 e 4, de maior influência no clima da América do Sul, destacada pelo retângulo, observam-se anomalias positivas de TSM (tons em vermelho), assim como na área junto à costa do Peru (Niño 1 e 2), onde as anomalias de TSM apresentam valores mais elevados.
Figura 2 – Anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Oceano Pacífico Equatorial (link).
O fenômeno ENOS (El Niño-Oscilação Sul), de escala global, tem duas fases: uma positiva, que chamamos de El Niño, e outra negativa, denominada La Niña. Na Figura 3, a fase de atuação da La Niña, que perdurou desde outubro de 2020 até o mês de fevereiro de 2023, é indicada na cor azul. O tom vermelho refere-se ao período de TSM mais aquecida, iniciado em março de 2023. Conforme metodologia utilizada pela NOAA, são necessários três meses seguidos com anomalias de TSM acima de 0,5°C para que se configure o fenômeno El Niño, o que deve ocorrer entre maio e junho. Acompanhe a previsão climática da Epagri/Ciram, para Santa Catarina, no outono-inverno de 2023 (veja aqui).
Figura 3 – Série histórica de anomalias de TSM na área de monitoramento do Niño 3, entre 2022 e 2023 (link).
Marcelo Martins, Gilsânia Cruz, Laura Rodrigues – Meteorologistas (Epagri/Ciram)